22 de fevereiro de 2015

Tempo de Deserto



A verdadeira conversão… 
Quaresma, tempo de penitência, de sacrifícios de toda a espécie, de resistência às tentações, à imitação de Jesus no deserto… 
Tempo não muito entusiasmante!
Porém, na breve passagem do Evangelho, S. Marcos fala duas vezes da Boa Nova. Uma Boa Nova dilata o coração, traz alegria. Então, porque não falar de alegria durante a Quaresma? Será que isso desvirtua o seu sentido? 
Trata-se de conversão. 
Mas isso não quer dizer, em primeiro lugar, como pensamos muitas vezes, parar de cometer pecados, voltar a uma vida moralmente pura e recta. 
A verdadeira conversão é, antes de mais, “acreditar na Boa Nova”. E esta Boa Nova é a manifestação do verdadeiro rosto de Deus em Jesus: um Pai no qual só há amor, porque Ele é Amor em estado puro, a fonte absoluta do Amor. Às vezes, a primeira tentação, a mais terrível, consiste em transpor para Deus as nossas maneiras de amar, de compreender a justiça, o poder. Ora, não é Deus que é à nossa imagem, nós é que somos à sua imagem. A verdadeira conversão consiste em mudar todas as nossas concepções de Deus para acolher um Pai que nunca pára de nos amar, que nunca nos rejeita. E quando recusamos o seu amor, Ele só tem um desejo: manifestar-nos ainda mais o seu amor, até nos dar o seu Filho, para que, enfim, nós nos deixemos amar. 

A Quaresma não é demasiado tempo para descobrir este Deus!

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